Xácara das Bruxas Dançando
Ó castelos moiros, armas e tesoiros Quem vos escondeu Ó laranjas de oiro que ventos de agoiro Vos apodreceu Há choros ganidos, à luz das cavernas Onde as bruxas moram Onde as bruxas dançam, quando os mochos amam E as pedras choram Caravelas, caravelas Mortas sob as estrelas Como candeias sem luz Os padres da inquisição Fazendo dos vossos mastros Os braços da nossa cruz Caravelas As bruxas dançam de roda Entre o visco dos morcegos Dançam de roda raspando As unhas podres de tojo Na noite morta do fogo Como num tambor de ronjo Caravelas, caravelas Mortas sob as estrelas Como candeias sem luz Os padres da inquisição Fazendo dos vossos mastros Os braços da nossa cruz Caravelas Ó castelos moiros, armas e tesoiros Quem vos escondeu Ó laranjas de oiro que ventos de agoiro Vos apodreceu Há choros ganidos, à luz das cavernas Onde as bruxas moram Onde as bruxas dançam, quando os mochos amam E as pedras choram Caravelas, caravelas Mortas sob as estrelas Como candeias sem luz Os padres da inquisição Fazendo dos vossos mastros Os braços da nossa cruz Caravelas Caravelas, caravelas Mortas sob as estrelas Como candeias sem luz Os padres da inquisição Fazendo dos vossos mastros Os braços da nossa cruz Caravelas
Esplanada
Da esplanada em vão me projecto Para lá de onde me sinto. Tento ver sem me ver Na esperança súbita de saber Em que movimentos me finto. Naquele entrecruzar constante Neste chocar sem chocar Onde o espaço é quase tudo E o tempo quase nada Me tento em vão ver passar. Uns vão rindo outros sorrindo outros vão de rosto mudo Há quem simplesmente vá indo Na fé que o vento varra tudo Mas eis que um olhar diferente Vestes tu a esvoaçar Como se à muitos prédios Não nos tirassem o ar. Na fronte leva a certeza De mar manso em lua cheia Deixo 20 paus na mesa Vou apanhar a boleia.
5 5 Toyota Sevilla
Balada das Sete Saias
Sete ondas se noivaram Ao luar de sete praias Sete punhais se afiaram Menina das sete saias Sete esterlas se apagaram Sete que pena chorai-as Sete segredos contaram Menina das sete saias Sete bocas se calaram Com sete beilos beijal-as Sete mortes evitaram Menina das sete saias Sete bruxas se encontraram No monte das sete olaias Sete vassouras montaram Menina das sete saias Sete faunos contrataram Sete cornos e zagaias Aos sete encomendaram Menina das sete saias Sete princesas toparam Com mais sete lindas aias Por sete e sete deixaram Menina das sete saias Sete danças que bailaram Sete vezes que desmaias Sete luas te ansiaram Menina das sete saias Sete vezes se encantaram No bosque das sete faias Sete sonhos desfolharam Menina das sete saias
Feiticeira
De que noite demorada Ou de que breve manhã Vieste tu, feiticeira De nuvens deslumbrada De que sonho feito mar Ou de que mar não sonhado Vieste tu, feiticeira Aninhar-te ao meu lado De que fogo renascido Ou de que lume apagado Vieste tu, feiticeira Segredar-me ao ouvido De que fontes de que águas De que chão de que horizonte De que neves de que fráguas De que sedes de que montes De que norte de que lida De que deserto de morte Vieste tu feiticeira Inundar-me de vida.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire