mercredi 24 avril 2024

Ricardo 24

 














Gaivotas

Ontem apenas Fomos a voz sufocada Dum povo a dizer: "Não quero" Fomos os bobos do rei Mastigando desespero Ontem apenas Fomos um povo a chorar Na sarjeta dos que, à força Ultrajaram e venderam Esta terra hoje nossa (Esta terra hoje nossa) Uma gaivota voava, voava Asas de vento, coração de mar 

Cantigas da avó

Uma gaivota voava, voava Asas de vento, coração de mar Como ela, somos livres Somos livres de voar Como ela, somos livres Somos livres de voar Uma papoila crescia, crescia Grito vermelho, num campo qualquer Uma papoila crescia, crescia Grito vermelho, num campo qualquer Como ela, somos livres Somos livres de crescer Como ela, somos livres Somos livres de crescer Uma criança dizia, dizia Quando for grande, não vou combater Uma criança dizia, dizia Quando for grande, não vou combater Como ela, somos livres Somos livres de dizer Como ela, somos livres Somos livres de dizer Somos um povo que cerra fileiras Parte à conquista do pão e da paz Somos um povo que cerra fileiras Parte à conquista do pão e da paz Somos livres, somos livres Não voltaremos atrás Somos livres, somos livres Não voltaremos atrás Somos livres, somos livres Não voltaremos atrás Somos livres, somos livres Não voltaremos atrás Somos livres, somos livres Não voltaremos atrás



Vejam bem
See it well


Vejam bem que não há só gaivotas em terra quando um homem se põe a pensar quando um homem se põe a pensar Quem lá vem dorme à noite ao relento na areia dorme à noite ao relento no mar dorme à noite ao relento no mar E se houver uma praça de gente madura e uma estátua e uma estátua de de febre a arder Anda alguém pela noite de breu à procura e não há quem lhe queira valer e não há quem lhe queira valer Vejam bem daquele homem a fraca figura desbravando os caminhos do pão desbravando os caminhos do pão E se houver uma praça de gente madura ninguém vem levantá-lo do chão ninguém vem levantá-lo do chão Vejam bem que não há só gaivotas em terra quando um homem quando um homem se põe a pensar Quem lá vem dorme à noite ao relento na areia dorme à noite ao relento no mar dorme à noite ao relento no mar



A morte saiu à rua
Death went out into the street



A morte saiu à rua num dia assim Naquele lugar sem nome para qualquer fim Uma gota rubra sobre a calçada cai E um rio de sangue de um peito aberto sai O vento que dá nas canas do canavial 
E a foice


 duma ceifeira de Portugal 


E o som da bigorna como um clarim do céu Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual Só olho por olho e dente por dente vale À lei assassina, à morte que te matou Teu corpo pertence à terra que te abraçou Aqui te afirmamos dente por dente assim Que um dia rirá melhor quem rirá por fim Na curva da estrada à covas feitas no chão E em todas florirão rosas de uma nação








Traz outro amigo também


Amigo Maior que o pensamento Por essa estrada amigo vem Por essa estrada amigo vem Não percas tempo que o vento É meu amigo também Não percas tempo que o vento É meu amigo também Em terras Em todas as fronteiras 
Seja bem vindo quem vier por bem 






Se alguém houver que não queira Trá-lo contigo também Aqueles Aqueles que ficaram Em toda a parte todo o mundo tem Em sonhos me visitaram Traz outro amigo também





















👀👮

Canção de Embalar 


Dorme meu menino a estrela d’alva Já a procurei e não a vi Se ela não vier de madrugada Outra que eu souber será pra ti Outra que eu souber será pra ti ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô Outra que eu souber na noite escura Sobre o teu sorriso de encantar Ouvirás cantando nas alturas Trovas e cantigas de embalar Trovas e cantigas de embalar ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô  Trovas e cantigas muito belas Afina a garganta meu cantor Quando a luz se apaga nas janelas Perde a estrela d’alva o seu fulgor Perde a estrela d’alva o seu fulgor ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô  Perde a estrela d’alva pequenina Se outra não vier para a render Dorme quinda à noite é uma menina Deixa-a vir também adormecer Deixa-a vir também adormecer



















Venham mais cinco






Venham mais cinco duma assentada que eu pago já 
Do branco ou tinto Se o velho estica Eu fico por cá



 Se tem má pinta 




Dá-lhe um apito 




E põe-no a andar 




De espada à cinta já crê que é rei Daquém e dalém mar 

💂

Não me obriguem a vir para a rua Gritar Que é já tempo D'embalar a trouxa e zarpar 


A gente ajuda Havemos de ser mais 



Eu bem sei Mas há quem queira Deitar abaixo O que eu levantei 










A bucha é dura Mais dura é a razão





 Que a sustem Só nesta rusga Não há lugar Pr'ós filhos da mãe 


Não me obriguem A vir para a rua Gritar Que é já tempo D'embalar a trouxa E zarpar 



Bem me diziam Bem me avisavam Como era a lei Na minha terra Quem trepa No coqueiro É o rei






Que amor não me engana


Que amor não me engana Com a sua brandura Se da antiga chama Mal vive a amargura Duma mancha negra Duma pedra fria Que amor não se entrega Na noite vazia E as vozes embarcam Num silêncio aflito Quanto mais se apartam Mais se ouve o seu grito Muito à flor das águas Noite marinheira Vem devagarinho Para a minha beira Em novas coutadas Junta de uma hera Nascem flores vermelhas Pela primavera Assim tu souberas Irmã cotovia Dizer-me se esperas Pelo nascer do dia E as vozes embarcam Num silêncio aflito Quanto mais se apartam Mais se ouve o seu grito Muito à flor das águas Noite marinheira Vem devagarinho Para a minha beira






Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire