Mestre
Mestre Nada de novo debaixo do Sol Nada de justo debaixo dos Céus Apenas teus servos suados Arando lentamente Na tarde quente Mestre Dos que partiram nem a sombra voltou Os que ficaram já a guerra levou Só restam os servos suados Cavando lentamente Na tarde quente Mestre Os que se ergueram já a vida curvou Os que gritavam já a morte calou Que fazer dos servos suados Chorando lentamente Na tarde quente Mestre Se o sofrimento já não serve o Vigário Porque esperamos p'ra mudar o cenário Misericórdia para os servos suados Morrendo lentamente Mestre Se o sofrimento já não serve o Vigário Porque esperamos p'ra mudar o cenário Misericórdia para os servos suados Morrendo lentamente
A chegada
Revolta
O apelo Ó das casas, Ó da aldeia, venham todos, Está ali um homem a falar, a falar, a falar... (3x) Está ali um homem Que até diz que há um reino onde reina a justiça Venham, venham, venham todos! Está ali um homem Diz que vem de uma terra de sonho, de outro mar Venham, venham, venham todos! Ó das casas, ó da aldeia... (várias vezes; som interrompido por multidão) O discurso E agora a lei É uma lembrança enterrada nas lendas do passado Nos poemas da antiga gente heróica Que hoje os velhos recordam ao juntarem-se Em redor da lareira a espera que o inverno passe... E por que não aqui? Por que é que esta miséria Há de durar sempre, sempre, sempre, ó gente? Temos mãos pra lutar Comigo à frente! Marcha noturna Viva a grei! Fora a lei! Estando agora! Rei pra fora! Rei pra fora! Noite Já é noite... Estamos perto do silêncio... Faça um templo de ferro Eis o tempo de odiar As vontades cruzam-se aqui É hora de lutar! É uma longa noite Amanhã, um dia Pra melhor ou pra pior Amigo, é morte ou vida! E é tão lenta esta madrugada Amigo... Morte ou vida!
Ascensão
Mau presságio Vem cá, o emissário Explica-me que sou No castelo que era o meu De repente, era sozinho Só um guarda mudo e cedo Apontava pra corrente Corri atrás do crepúsculo Mas, um dia sempre a frente E eu perdi-me na floresta E eu perdi-me na floresta E as árvores suavam sangue Vento chorando baixinho... Chegava a noite Nas margens do rio morto Caí no encanto de um canto Doce e triste sobre as águas Quis fugir pra longe, Pensei - deve ser sereia! As notas prenderam-me à água E afundei-me na corrente Acordei, abri os olhos Senti uma angústia louca! Abri a janela, agarrei-me ao luar À escuta da noite antiga. Mas, nada veio... Nada veio... Esse sonho é mau presságio Esse sonho é mau presságio É sinal de maldição Quer dizer que o fim está perto E ninguém escapa ao destino Mas uma espada no céu Apontava o teu caminho! O ataque Vitória! (5x) Marcha triunfal (instrumental) Festa do libertador Viva tu, Viva eu, Viva grei, Fora lei! Vivemos todos em nome do agora! Já acabou Já passou Já caiu Já fugiu! Hoje, o tirano; amanhã, o mundo! Viva o libertador!
Declínio e Ruptura
Olhai senhor, os nobres chegaram Com a fúria na boca e a mão louca Trazem soldados que esperam no pátio As faces fiéis mas cruéis E trazem as espadas escondidas nas capas Com medo dos nervos dos servos Sobem as escadas Batem à porta Pedem entrada e uma breve audiência Senhores não esperem E digam que querem Ao rei Dom Libertador I Tu aí, ó nobre, fala! Salve libertador Tens a minha amizade Sob o jugo do tirano já ninguém estava à vontade Já ninguém se arriscava Ninguém se insurgia Pro primeiro que falava era o último dia Mas agora que a praça quer fugir à desgraça Quer um mundo de promessas proferidas á pressa Não te esqueças ó rei Dar-lhes isso é-te impossível Tenho o ouro Tenho as armas E um castelo inacessível Temos o ouro Temos as armas E castelos inacessíveis E agora não há surpresas E agora não há surpresas E agora não há surpresas Muito bem, já falaram Agora saiam Saiam Saiam Saiam Saiam Ó libertador, o povo está lá fora E também espera a sua hora Também tem os seus problemas Eles que entrem, eles que entrem Eles que entrem Salve libertador Os brados da vitória já passaram Temos paus e enxadas Contra as espadas fugiu o tirano Mas ficaram seus lacaios Que vai ser de nós Homens não desanimem Precisamos de tempo para formar Um punhado de homens firmes Quero as armas do tirano para lhes dar Tu precisas de tempo Como nós de terras para lavrar Só que a terra não espera Dá-nos armas, daqui a pouco É tarde para cultivar Não queremos mais fome Essas armas que me pedem Não vos serviriam para nada Os guerreiros não se inventam Vossas forças seriam derrotadas Chacinadas Aplastadas Até ao último homem Ouve ó Libertador Antes morrer de pé Do que viver vergado Queremos pão e certezas Todos nós não temos medo Do sangue e das tristezas Queremos lutar Não há tempo para dúvidas Quem não é por nós é contra nós Não queremos cobardes Desce desse trono e vem lutar Ganhar Ou perder Até ao último homem Essas armas que me pedem Não vos serviriam para nada Os guerreiros não se inventam Vossas forças seriam derrotadas Chacinadas Aplastadas Até ao último homem
Indecisão e Demência
Ascensão e Queda
Somos o povo Somos os nobres O rei ataca-nos A nós também Pior que os nobres Pior que a grei Não é dos nossos Não poupa ninguém Está louco Sempre foi louco Está louco Roubou um reino Intitula-se rei Um novo tirano Entre nós um estranho Fora os estrangeiros Façamos tréguas Divididos perdemos Nós é que nunca ganhamos Queremos terras, queremos armas Estamos fartos de perder É brigar ou morrer Eis as armas Eis as terras Contra o tirano Em frente Água enfim Morrer de novo Voltar aos dedos frios do mar Eu já não espero ser rei de novo Num reino tão breve onde os sonhos se cruzam Reais uma vez no tempo Num só lugar Crepúsculo cruzado de sonhos Janela entre o berço e a mortalha Velas brancas na praia ainda vão ao mar Pelo mar fora voam asas brancas a subir Fé intacta sobre a glória de hora antiga Os velhos até se lembram Do cheiro do mar perdido A nave invicta Onde é que dorme o grito dos que nunca mais voltaram O grito onde os sonhos ficaram Reais uma vez no tempo Num só lugar Crepúsculo cruzado de sonhos Janela entre o berço e a mortalha Velas brancas na praia ainda vão ao mar Pelo mar fora voam asas brancas a subir Subir
Não Cobiçarás (a Mulher do Próximo)
O homem que te cobiça Já não é dono de si É como um escravo da sede Que sente ao olhar pra ti Quando jura pelo céu Pela mãe ou pela vida Que te dá felicidade Numa terra prometida Já sabes que dessa juras Nenhuma vai ser cumprida Ele não precisa de ti Ele precisa da bebida
Chamei por ti (Ela chamou por mim)
Quando um dia aqui cheguei acertei logo á primeira. Confiei na tua voz, sosseguei a tu a beira, quando a noite me cobriu tive fome e tive frio, sem ninguém me ensinar já sabia a quem chamar, eu chamei por ti. E cresci para aprender as vitórias de um menino, que declara com prazer eu já sei fazer sozinho, mas eu sobe o que fazer quando o joelho se feriu, quando a sombra se mexeu e a luz se despediu eu chamei por ti, quando o tempo me ensinou que esta vida é a dura prova, o meu pai se enfureceu e me deu aquela sova, quando perdi o juízo e enfrentei o prejuízo e me meti pela estrada de uma alma condenada eu chamei por ti, quando veio a tempestade, quando morri de saudade, tanto que eu chamei chamei por ti, com a suas palmas a sorrir vejo os homens a cair, o meu sangue a empapar meu destino meu azar, hoje a esperança desertou, hoje o céu me abandonou, hoje o medo me cercou, com a certeza de morrer sem lugar para me esconder eu chamei por ti. Desde da negra madrugada ao mais negro turbilhão sem ninguém me dizer nada sempre sobe a quem despir.
Rui Simon Aurora Rosa
Já Não Há Mais Caravelas
Já não há mais caravelas Porque os heróis do passado Voltaram do fim do mundo Enterraram o horizonte Já não há mais caravelas Mas o sonho é que não pára Vai vencendo as tempestades Na distância imaginária Sentados à secretária Para aqui vamos navegando Cá nos vamos afogando Mas a sede não nos larga Para aqui vamos navegando Cá nos vamos afogando Mas a sede não nos larga Será que ainda há fim do mundo Será que ainda há horizonte Já não há mais caravelas Mas a vida é que não pára Vai vencendo as tempestades Da espiral inflacionária Nesta confusão diária Para aqui vamos navegando Cá nos vamos afogando Mas a sede não nos larga Para aqui vamos navegando Cá nos vamos afogando Mas a sede não nos larga Nossos pais naufragaram Para verem o mundo até à última gota de mar Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir Eu também quero ir
História do Azul do Mar
Certo dia, ao adormecer da claridade O azul veio perto do litoral Sentou-se sobre as arribas e pensou Mesmo se morrer no mar Serei uma aguarela Serei uma aguarela Uma aguarela E o azul partiu sobre as ondas Sobre as ondas E não voltou Diz-se que o único vestígio do seu Desaparecimento é a cor do mar É a cor do mar
Henrique Rosa
Aurora Rosa
Cá Carlos
Candida
Morte Anunciada Dum Taxista Obeso
Se a tragédia aconteceu Não foi por falta de aviso Porque minha querida esposa Sempre teve bom juízo Insistia cada dia Que eu tivesse mais cuidado E ela sempre me dizia Os pneus nessa barriga São prenúncios dum enfarte Vê se paras de comer Essa comida da pressa Depois pode já ser tarde Por favor deixa-te dessa E acrescentava com carinho Vê se arranjas mais juízo Olha bem p'rá tua idade Não te esqueças das pastilhas Não te enerves na cidade Guia o táxi devagar Hoje anda tudo tão louco Que todo o cuidado é pouco Por favor não venhas tarde Não me deixes assustada Meu amor, tem cuidado Que não te aconteça nada Não venhas tarde E eu fiz-me à estrada na alva À procura do cliente e lucro Na selva, no mundo do auto-imóvel Nas circulares que não circulam nada Na chuva ácida, no tempo escasso Perdi a voz e a calma a apitar à gente No meio de insultos, de gritos – seu palerma Na louca raiva dum acidente Nos formulários pouco amigáveis Foi de repente A dor no peito Caí no chão Quebrou-se a mola E caiu-me a mão E eu senti uma paz E senti-me livre Das dores no peito Flutuei no ar E fiquei a olhar Meu corpo hirto Vieram p'ra lutar comigo Uns homens de branco A soprar-me a vida E eu tive que escolher Regressar ao corpo Ou então ceder E eu cedi Já não posso mais Desculpa eu partir assim Não esperes por mim Já não volto atrás Já não vou jantar ao pé de ti Vou ver o fim do túnel Vou devagarinho Sinto ao fundo alguém Um ser de luz a esperar por mim Vou passar a porta E saber enfim Então eu vi
"You don't have to live on the street to dream of lions. It is another thing to understand what such a peculiar dream experience means. Although it may seem like a very exotic dream, there are more people than you imagine that you have dreams of a herd made up of these well-known animals."
THE MEANING OF DREAMING ABOUT LIONS
What do we think of when we see a lion? Certainly, in its immeasurable strength. Surely, he is the king of the jungle. If we mold these two concepts and convert them into values that are closer to people, we would be talking about power, leadership, nobility, or even balance. When we dream of lions, we are evoking all the values previously described. On many occasions, dreaming of lions can indicate that we are in stressful situations, but that we are able to control. We apply wisdom and security to handle them, and this is conveyed through dream representations. The firmness with which we face these situations is represented with the image of the lion, the king of the jungle, and also the animal that we associate with strength and leadership. While the ferocious one we associate with its endless jaw full of threats, the aspect more related to the wild is associated with its characteristic mane. This courage is represented in our dreams with his mere presence. For all these reasons, the most repeated meaning of dreaming about lions has to do with positive aspects: connection with our inner self, problem-solving capacity, bravery, strength, courage and the ability to attract others. Therefore, the lion will represent something that we have already shown, or it will serve as the last push for us to face the problems with all the previous values.
THE OTHER INTERPRETATIONS OF DREAMING ABOUT LIONS
What does it mean to dream about lions attacking? If the most common thing is to dream of the mere presence of a lion, it can also happen that, in the dream, we are victims of an attack by this ferocious animal. Or, even worse, a herd of lions. In the event that our dream is altered by a nightmare of such caliber, the meaning we can deduce is that of warning. In other words, we are in a moment of tranquility, but something in our subconscious is already warning us that something bad can happen at any moment: work problems, emotional breakups, family illnesses... Dreaming that a lion is chasing you can also mean a kind of alarm. A wake-up call that will have to make sense when we wake up, and make us remember which point in our daily lives is what worries us the most. What does it mean to dream about lions running?
Dreaming of one or several lions running or in full freedom leads us to the vital changes we are waiting for. We are aware that we are facing a stage of life that must be closed, and this is manifested in dreams in the form of lions in freedom. Another school of thought prefers to bring meaning to the longing for freedom. In the same way that the lion runs free in his dream, certain interpretations argue that it is a symbol of what we also want to do: make our decisions freely, and without caring about other people's opinions.
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